Publicação da Vale registra
parceria da empresa com ICMBio e Inpa para manter vivo o gavião-real,
maior águia brasileira
As fotos são de João Marcos Rosa e os textos de Frederico
Martins, analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio) responsável pela Floresta Nacional de Carajás,
Tânia Sanaiotti, pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia (Inpa) e Roberto Azeredo, pesquisador e Presidente da Sociedade
de Pesquisa do Manejo e da Reprodução da Fauna Silvestre (CRAX Brasil).
ICMBio e Inpa são instituições parceiras da Vale no Projeto de
Conservação do Gavião-real, que, desde 2008, realiza uma série de ações
para ajudar a manter viva a espécie, atualmente na lista da Convenção
sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora
Selvagens Ameaçadas de Extinção (Cites).
Para captar as imagens que ilustram a obra, o fotógrafo
João Marcos Rosa teve que passar dias inteiros com seu equipamento em
uma plataforma construída sobre uma castanheira, a 35 metros do solo.
Para isso, tinha a assistência de um escalador profissional, que
utilizava cordas para possibilitar sua chegada e permanência no topo da
árvore. Durante esse período, o fotógrafo precisava ficar camuflado,
para que a mãe não percebesse que estava sendo observada e,
consequentemente, ameaçada.
O resultado de tamanho esforço registradas em 144 páginas
com belas imagens nunca antes registradas, como a fêmea levando a caça
para o ninho e os filhotes aprendendo a levantar voo. O livro mostra
também a presença do gavião-real em outras partes do Brasil e na
Venezuela, e alerta o leitor sobre como a ação humana pode contribuir
tanto para a conservação quanto para a extinção da espécie. "Espero que
ao conhecer melhor essa ave que já habitou todo o continente e que agora
corre risco de extinção, o leitor seja sensibilizado também para a
importância de se preservar outras animais que também pedem socorro",
diz o fotógrafo João Marcos Rosa, autor do livro.
Os três mil exemplares impressos serão enviados para os
clientes da Vale, divulgando para o mundo todo um dos mais ricos
exemplares da fauna brasileira, além de servir como exemplo de como as
empresas podem assumir sua responsabilidade com o meio ambiente. "O
compromisso com a sustentabilidade é um dos principais focos da Vale.
Somos uma das empresas brasileiras que mais colabora com a preservação
da biodiversidade do Brasil, integrando nossas atividades operacionais
com a busca contínua pela conservação e recuperação dos ecossistemas das
áreas onde atuamos", diz o diretor-presidente da Vale, Roger Agnelli,
no prefácio do livro.
Trabalho em parceria
O Programa de Conservação do Gavião-real nasceu com a
descoberta do primeiro ninho, no início do ano passado, na Floresta de
Carajás. A Vale garantiu os recursos necessários para as pesquisas e
produção do livro, o ICMBio deu o apoio para a Flona se tornar um
importante núcleo de estudo da espécie, e o Inpa coordenou as atividades
de pesquisa. Os dois ninhos, descobertos no início de 2009, abrigam um
filhote de sete e outro de nove meses, idades completadas em janeiro.
Construídos a mais de 30 metros de altura - em galhos densos de
castanheiras, árvores que figuram entre as maiores da Amazônia - os
ninhos medem 1,90m de comprimento por 2m de largura e 0,90m de
profundidade; aproximadamente o tamanho de uma mesa de jantar com seis
lugares.
Monitorar os dois filhotes não foi um trabalho fácil. Os pesquisadores tiveram que passar dias inteiros no solo, com uma luneta, observando o comportamento dos animais, anotando o que eles caçam e trazem para os filhotes. Também foram coletadas penas caídas do ninho, importantes ferramentas para a realização de análise genética. "O monitoramento é importante para conseguirmos informações que nos permitam desenvolver tecnologias para ajudar na preservação desse animal", explica Frederico Martins. A descoberta foi motivo de comemoração, já que o crescimento da população é muito baixo (um filhote a cada três anos).
Fotos/crédito: João Marcos Rosa
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