Depois da revolução das
ideias, da indústria, e das máquinas chegou a vez da revolução da informação.
Acesso ilimitado, livre das barreiras do tempo e do espaço e cada vez mais
democrático, marca a era digital, quando se produz tamanha quantidade de
informação como nunca visto na história da humanidade. Uma revolução social que
se deve ao desenvolvimento das tecnologias da informação, principalmente a
internet, que chegou para transformar a maneira de se relacionar da sociedade. A
influência desse fenômeno atingiu, inevitavelmente, todos os processos sociais,
desde o compartilhamento de simples informação aos mais profundos valores e
crenças.
A geração Y, ou os jovens
nascidos depois dos anos de 1980, são os vetores dessa disseminação infinita de
mensagens. São eles os atores das mídias sociais onde a clássica teoria
hipodérmica da comunicação não tem vez. Os plugados compartilham conhecimento,
entretenimento, mensagens úteis e inúteis o tempo todo. E os mecanismos para
isso são diversos: Twitter, Orkut, Facebook, MSN, blogs, etc. que são acessados
do computador, do celular e de inúmeros outros dispositivos que surgem todos os
dias. A palavra de ordem é INTERATIVIDADE.
É um contexto onde não
mais se diferencia emissor de receptor. A informação deixou de ser centralizada
em poucos e grandes meios para se popularizar. Especialistas acreditam que as
mídias sociais revolucionarão, de novo, a comunicação que será comandada, desta
vez, pela geração Y, que já nasceu dentro da era dos computadores.
Se as perspectivas são
tão previsíveis e, aparentemente, otimistas, e se as mídias sociais vão, mesmo,
tomar conta do mundo, por que então as empresas proíbem, ainda com grande
frequência, o uso de tais ferramentas no trabalho? A resposta pode não ser
simples, mas vai além da decisão entre colocar ou não rastreadores nos PCs das
empresas. É uma questão cultural. Enquanto os jovens não conseguem se desgrudar
do computador e do celular, avaliando e acompanhando todas as postagens que são
feitas nas incontáveis redes de relacionamento, seus chefes, (boa parte de uma
outra época) acham que é perda de tempo e que tempo é dinheiro.
Surge então um impasse que transcende a esfera organizacional. Empresas com perfil mais conservador, as chamadas estruturas patrimonialistas, não falam a mesma língua dos meninos de hoje. Grande parte das organizações consolidadas é de donos que estão dentro da geração X, aqueles nascidos entre 1965 e 1980. Eles viveram na época da ditadura, estão acostumados a seguir regras sem discutir. Mas o jovem que nasceu dentro da democracia, gosta de opinar e participar das tomadas de decisões. Quando as regras são impostas de cima para baixo, ele sai; procura outra empresa em que suas opiniões são levadas em consideração.
Se não houver a ponderação, a empresa sempre sairá perdendo: perde talento, oportunidade de aprender com os Ys e de aproveitar deles a energia, a criatividade e as sugestões de melhorias. Todos gostam de falar que o mundo muda e que é preciso acompanhá-lo para se dar bem. Mas a afirmação é usada para quem está à procura de emprego, enquanto poderia servir também para quem precisa de um empregado (ou colaborador). Na prática, as empresas é que não estão conseguindo acompanhar a mudança da sociedade, sobretudo a classe jovem, e, portanto, economicamente ativa.
É só seguir o exemplo de algumas organizações que são cientes disso. Tem empresas que deixam seus colaboradores trabalharem à vontade, sob suas próprias normas e os resultados quantitativos são surpreendentes. O que faz a diferença é a política de incentivo, de recursos humanos, e de recompensa, que não se restringem a bons salários. Os membros da geração Y gostam de se sentir realizados profissionalmente. “Eles vestem a camisa da empresa, mas por cima da deles”.
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